CARTA 02
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CARTA 02
1. (Esta carta, mais do que lida, deve ser ponderada). Eu sou o CRISTO. Enquanto atuo desde as mais altas esferas da CONSCIÊNCIA CRIATIVA DIVINA, minha influência envolve o seu mundo. Usando uma metáfora: estou tão distante em “consciência” do seu mundo quanto o Sol está da Terra.
2. Entretanto, se você me chamar com sinceridade, estarei tão perto quanto for necessário para ajudá-lo. Haverá muitos que não poderão receber estas CARTAS. Estes ainda não estão prontos para elas.
3. Haverá aqueles que tentarão abafar a sua existência, uma vez que os ensinamentos que contêm serão uma ameaça para o seu sustento ou religião.
4. Eles não terão êxito. A oposição apenas reforçará estas CARTAS. Haverá aqueles que receberão estas CARTAS com alegria,
5. uma vez que suas almas sabem que mais além das religiões do mundo se encontra a VERDADE – a REALIDADE da existência. Estes prosperarão e finalmente salvarão o mundo da autodestruição. Agora continuarei minha “autobiografia” do ponto onde parei em minha última CARTA.
6. Meu propósito, ao dar a você alguns detalhes biográficos de minha entrada na vida pública como mestre e curador, é evidenciar as atitudes e comportamentos da minha juventude, assim como as circunstâncias em que alcancei o meu próprio estado de humanidade espiritualizada.
7. É importante que você possa visualizar como era a Palestina na época em que estive na Terra e perceber claramente os conflitos internos que meus ensinamentos despertaram nas pessoas doutrinadas na crença Judaica e nos ritos tradicionais.
8. Estes conflitos são o ponto central que incapacitou os evangelistas de registrar, com precisão, tudo aquilo que tentei ensinar. Nos evangelhos são frequentes as referências às minhas parábolas que descrevem a realidade do Reino dos Céus ou Reino de Deus, seja qual for o termo que os evangelistas tenham utilizado.
9. Porém, em nenhum lugar foi feita uma tentativa para aprofundar o sentido das palavras em si, para explorar as figuras de linguagem, ou para chegar ao significado espiritual do Reino de Deus ou do Reino dos Céus.
10. À medida que eu falar sobre os verdadeiros sermões que dei às pessoas, à luz das minhas experiências no deserto e do seu próprio conhecimento dos fatos científicos, você será capaz de entender pelo menos um pouco daquilo que tentei ensinar naquele tempo.
11. Uma vez que meu sucesso foi muito limitado, é imperativo que outra tentativa seja feita no começo desta nova era, deste milênio, pois é com base no meu elevado conhecimento espiritual, privilegiado e iluminado, que será fundada e se desenvolverá a próxima era.
12. Foi – e ainda é – essencial que um Mestre como eu e como outros que existiram, muito sensíveis e totalmente comprometidos mental e emocionalmente com a busca da Verdade da Existência, venham à Terra Cunhar Palavras para descrever para a humanidade,
13. aprisionada em palavras, aquilo que reside na DIMENSÃO CRIATIVA UNIVERSAL em um estado não definido. Se não fosse por tais Mestres inspirados, as pessoas na Terra permaneceriam na ignorância a respeito de tudo o que há além da Terra – pronto para ser contatado e pessoalmente experimentado e absorvido,
14. para promover a futura evolução espiritual. E ainda mais: se diz que a Bíblia é o livro mais amplamente lido no mundo. Na sua forma presente ela serviu aos seus propósitos. O Novo Testamento, da forma como está, com toda a carga de interpretações errôneas, é um impedimento para a evolução espiritual.
15. Agora é tempo de avançar para uma nova esfera de percepção e compreensão mística. Uma vez que me é impossível descer novamente a um corpo humano para falar ao mundo, além de ter outras dimensões nas quais ensino, treinei uma alma sensível para receber e transcrever.
16. É o melhor que posso fazer para falar pessoalmente com você. Espero que você possa receber e aceitar isso. Tudo aquilo que for errôneo será apagado. Esteja certo disso!
17. Os incidentes e as curas relatados nas páginas que seguem não são importantes. Eles aconteceram, mas são contados apenas para que você possa entender o seu verdadeiro significado espiritual. À medida que for lendo, quero que você relacione as condições de dois mil anos atrás com a sua vida e tempo presentes.
18. Quero que você considere a pessoa de “Jesus” como um *“ícone” do que finalmente pode vir a ser alcançado por todo ser humano que estiver pronto e disposto a converter-se num membro fundador do “Reino do Céu” na Terra.
19. Ainda que as pessoas do seu mundo sejam o que você chama de sofisticadas e cheias de importância, com seus modernos “conhecimentos e ensinamentos”, versados nos costumes contemporâneos e nas novas formas de se relacionarem uns com os outros, as pessoas daquele tempo eram basicamente iguais a você.
20. Elas eram controladas e motivadas inteiramente pelos seus IMPULSOS GÊMEOS de Ligação – Rejeição.
Desejos – Repulsões. Assim como você.
21. Elas amavam, odiavam, criticavam, condenavam, caluniavam e intrigavam, tinham ambições de chegar ao topo da sociedade, desprezavam aqueles que fracassavam na vida, secretamente eram promíscuas, e insultavam aqueles que de alguma forma eram diferentes delas.
22. Para ajudar você a compreender e a entrar plenamente naquele tempo em que estive na Terra, minha “consciência” desceu até o seu plano de existência terrena para experimentar mais uma vez a “pessoa” de “Jesus”, as emoções e os acontecimentos nos quais estive envolvido.
23. Quando saí do deserto e pus o pé na estrada em direção a minha aldeia de Nazaré, ainda estava exultante, exuberantemente feliz com o conhecimento tão gloriosamente revelado a mim no deserto.
24. Fixei completamente meus pensamentos em tudo o que havia aprendido e, se meus pensamentos se perdiam nas minhas antigas formas negativas de pensar, rapidamente me voltava para o “Pai” para receber inspiração e determinação para superá-los.
25. Desta forma, eu voltava constantemente à Luz da consciência e do entendimento. Algumas pessoas me olhavam com desconfiança, vendo minha alegria e também minha aparência suja e descuidada.
26. Será que eu estava bêbado? – perguntavam-se. Outros me olhavam com aversão. Ao invés de reagir com raiva, como fazia no passado, eu lembrava que havia sido abençoado com visões e conhecimento que eles não podiam nem imaginar.
27. Abençoei-os, orei para que sua visão interior se abrisse de maneira semelhante e continuei em paz o caminho até minha casa. Entretanto, alguns aldeões olharam com compaixão para meu lamentável aspecto e correram para suas casas para buscar-me pão e mesmo vinho, para ajudar-me a continuar o caminho.
28. Havia sempre alguém que me oferecia abrigo para a noite. O “Pai Vida” de fato supriu todas as minhas necessidades e me deu toda a proteção necessária. Durante todo esse tempo, eu não disse nem uma palavra a respeito das minhas semanas no deserto. Sentia que ainda não era o momento.
29. Por fim cheguei a minha aldeia, Nazaré, e o povo caçoou abertamente de mim, apontando meu aspecto imundo e minha roupa rasgada. “Vagabundo, preguiçoso, sujo” foram algumas das palavras mais amáveis que me lançaram.
30. Cheguei à porta de minha mãe com um sentimento de pavor, pois eu sabia que ela ficaria mais chocada do que seus vizinhos ao me ver diante dela: magro, mostrando os ossos sob a pele, os olhos fundos, as bochechas vazias, a face queimada, os lábios rachados do sol, a barba longa e embaraçada.
31. E a roupa! Ficaria furiosa ao ver minha roupa – sua cor original totalmente irreconhecível pelo pó do deserto e o tecido desfeito e rasgado.
32. Subi os degraus e preparei-me para aguentar a fúria de minha mãe. Quando chamei, minha irmã veio à porta. Olhou-me boquiaberta, assustada e com os olhos arregalados e bateu-me a porta na cara. Ouvi-a correr para os fundos da casa, gritando:— Mãe, venha depressa, há um homem velho e sujo na porta.
33. Escutei minha mãe resmungando irritada para si mesma, enquanto corria para a porta. Abriu-a de repente e ficou paralisada pelo choque. Eu sorri por um momento, ela olhou-me de cima a baixo cada vez mais horrorizada ao dar-se conta de que este homem de terrível aspecto era de fato seu filho rebelde, Jesus.
34. Estendi minha mão para ela, dizendo: — Sei que causo pena a você, mas pode ajudar-me? Imediatamente sua expressão mudou e, levando-me para dentro, trancou a porta.
35.— Depressa, – disse para minha irmã assustada. Deixa de escândalo e põe água para ferver. Seu irmão está morto de fome. Não importa em que confusão se meteu, ele é da família. Temos que cuidar dele.
36. Suavemente me ajudou a tirar a roupa, inclinou-me sobre um grande recipiente de água e esfregou-me até ficar limpo. Lavou-me, cortou meu cabelo e barba e cuidadosamente cobriu as feridas do meu corpo e lábios com uma pomada cicatrizante.
37. Nenhum de nós quebrou o silêncio. Saboreei o amor que ela me demonstrou e tentei demonstrar minha gratidão com uma atitude mais doce e sensível.
38. Depois de vestir-me uma túnica limpa, ela serviu-me uma refeição frugal de pão, leite e mel. Relutante, deu-me vinho para recuperar as forças, embora estivesse claro que ela pensava que era o vinho a grande causa de minha terrível situação.
39. Então conduziu-me até a cama e cobriu-me. Dormi por várias horas e acordei revigorado pela luminosa manhã de sol que se via pela janela.
40. Eu agora estava ansioso para falar com minha mãe e dizer-lhe que eu era de fato um Messias, mas não daquele tipo que imaginava o povo Judeu. Eu podia salvar as pessoas das más consequências de seus “pecados”.
41. Podia ajudá-las a encontrar saúde, abundância, a satisfação de suas necessidades, porque agora podia ensiná-las exatamente como havia sido criado o mundo.
42. Assim que comecei a falar, ela começou a ficar encantada e animada. Pulou de pé e quis sair correndo para contar aos vizinhos que seu filho era realmente o Messias – deveriam ouvir a maneira como ele falava – e ele havia jejuado no deserto!
43. Mas eu a impedi de fazer isso. Eu disse que ainda não havia contado a ela o que me fora revelado. Uma das coisas mais importantes que havia aprendido era que os Judeus Ortodoxos estavam completamente equivocados a respeito de suas crenças num “Deus” vingativo. Não havia tal coisa!
44. Isto a deixou contrariada e desconcertada, então exclamou: Como, então, Jeová vai governar o mundo e nos tornar bons e nos fazer escutar seus profetas, se não nos castigar?
45. Agora você ficou tão importante que pode ensinar aos Sumos Sacerdotes o seu próprio trabalho, que foi transmitido a eles desde o tempo de Moisés? Vai trazer ainda mais vergonha para esta casa?
46. Ela começou a chorar e disse com raiva: Você em nada mudou! Somente mudaram as coisas que diz. Você só me trouxe dor! Como pude acreditar que você seria um Messias? Com suas ideias estranhas só levará nosso povo a maior tormento do que nunca!
47. Meus irmãos a ouviram em prantos e vieram correndo, querendo colocar-me para fora de casa. Ofereci sair pacificamente, porque não queria mais alvoroço. Se essa era a forma de minha mãe reagir, eu poderia estar certo de que os demais também reagiriam da mesma forma ao que eu tinha para dizer.
48. Percebi que precisava de paz de espírito, descanso absoluto e silêncio para colocar em ordem meus pensamentos e experiências. Teria que orar e pedir inspiração para saber a melhor maneira de abordar os Judeus com minha mensagem de “boas-novas”.
49. Estava certo de que o “Pai Vida” atenderia a minha necessidade e que eu encontraria a acomodação mais conveniente em algum lugar.
50. Minha mãe, embora furiosa com minha atitude de “grande cabeça-dura”, estava atormentada por seus sentimentos de amor e compaixão por mim, devido ao estado deplorável em que me encontrava.
52. Mas ela ainda me amava e estava profundamente preocupada por me ver envolvido em problemas tão grandes quanto jamais havia pensado ser possível.
53. Ela chamou a atenção de meus irmãos dizendo que calassem a barulhenta discussão e virou-se para mim: — Pode ficar aqui até que esteja melhor – disse ela. — Talvez enquanto estiver por aqui, eu possa trazer bom-senso para você.
54. Posso dizer que se sair às ruas falando da forma como o fez comigo, terminará em uma situação ainda pior do que agora. Pessoas boas vão cuspir e jogar seu lixo podre sobre você. Você é uma desgraça para esta família.
55. Apesar de toda a sua raiva, ri e agradeci, beijando-a calorosamente. Fiquei contente, sabendo muito bem que, por trás de toda essa raiva, ela estava profundamente preocupada comigo. Alimentou-me bem e confeccionou-me boas roupas novas.
56. Agradeci por tudo o que ela fez para melhorar minha aparência, porque sabia que para mover-me livremente entre os ricos e pobres deveria estar com roupas decentes e adequadas.
57. Às vezes havia escassez de alimentos em casa. Recorrendo ao poder do “Pai”, eu a reabastecia sem dizer nada. Ela também não disse nada. Eu sabia que ela se perguntava, com tristeza, se além de todos os meus péssimos hábitos eu agora também era ladrão.
58. Então me pegou com um pão recém-saído do forno nas mãos. Ela sabia que eu não havia saído de casa para comprá-lo e também que o forno não havia sido usado naquele dia. Não me disse nada, mas me olhou de forma reflexiva.
59. Eu pude ver então as suas atitudes mudarem. Ela já não estava mais tão certa de si. Ela começava a questionar a sua própria atitude em relação a mim e também a verdade acerca das minhas afirmações: “O que realmente aconteceu com ele no deserto?
60. Como ele poderia fazer um pão sem usar o fogo, a farinha e o fermento? O que isso significa? É ele o Messias”?
61. Então meu irmão feriu sua mão. Ele sentiu muita dor quando o ferimento infeccionou. Permitiu-me colocar minhas mãos em sua ferida e fazer uma oração em silêncio. Eu podia ver que ele sentia o fluxo do “Poder” entrando em sua mão, porque ele me olhou de forma estranha. “A dor foi embora”– disse brevemente.
62. Estava mal-humorado quando se afastou. E eu sabia que ainda que tivesse sentido alívio da dor, não havia gostado de que eu fosse capaz de ajudá-lo. Senti seu ciúme. Minha irmã havia queimado sua mão e outro irmão muitas vezes se queixava de fortes dores de cabeça. Fui capaz de curar os dois.
63. Meus irmãos começaram a caçoar a respeito dos meus “poderes mágicos”. Perguntavam-se que mal eu poderia fazer a eles, se me irritassem. A tensão em casa aumentou e senti a tristeza de minha mãe, que ansiava pela paz no lar.
64. Mas ela viu mudanças em meu comportamento e sentiu-se reconfortada. Eu estava mais tranquilo, visivelmente controlava minhas prováveis explosões, continha minha energia, refreava minha impaciência e já não discutia mais.
65. Tornei-me mais atencioso, ouvindo suas queixas de mulher, ajudando-a em casa, consertando os móveis quebrados, caminhando pelas colinas até fazendas distantes para encontrar as frutas e verduras que ela queria. Cheguei a amá-la com ternura e compaixão, como uma mãe deve ser amada.
66. Um dia ela se aventurou a perguntar-me: — Você ainda acredita que Jeová seja um mito? — Jó disse que, se Jeová retirasse sua respiração, toda a carne viria abaixo. Este é o “Jeová” que vi e em quem acredito. — Ninguém viu a Jeová! – disse ela com firmeza.
— Eu vi AQUELE que criou todas as coisas – respondi calmamente.
67. Eu O chamo de “Pai” porque ELE é AMOR PERFEITO; um AMOR mais perfeito que o de uma mãe – acrescentei, sorrindo para ela. ELE trabalha dentro, através e para toda a SUA criação. É o “Pai” em mim quem tem trazido as coisas de que você necessita em casa e que curou a meus irmãos e irmãs tão rapidamente.
68. Eu podia ver que ela estava começando a entender um pouco do que eu dizia. — E o que é o “castigo”?, perguntou-me. — Não existe “castigo” da forma como o compreendemos. Nascemos para nos comportarmos da forma como o fazemos.
69. Temos que encontrar uma maneira de superar nossos pensamentos e sentimentos humanos, porque estes nos separam da proteção do “PAI” e nos trazem as doenças e a miséria. Quando tivermos aprendido a superar o “eu”, então entraremos no Reino dos Céus.
70. Minha mãe afastou-se silenciosa, claramente ponderando sobre o que eu dissera, mas não mais com raiva. Eu sabia que ela estava meditando sobre minhas afirmações e percebi que eu estava colocando de cabeça para baixo o seu seguro e bem conhecido mundo.
71. Ela se sentia perdida e insegura sem a sua crença num Jeová ameaçador e terrivelmente vingativo, se a humanidade fosse indisciplinada.
72. Perguntava-se no que o mundo iria se tornar se dependesse inteiramente dos homens controlarem as suas maldades e a dos outros. Mesmo os Reis e governantes eram malvados em suas ações. Sem Jeová para reinar e castigar os pecadores, onde iríamos parar?
73. Enquanto restabelecia minhas forças, estudei as Escrituras cuidadosamente, para que pudesse encontrar-me com os Fariseus e Escribas de forma confiante.
74. Também era absolutamente necessário que eu soubesse o que havia sido escrito a respeito do Messias porque estava convencido de que eu era “aquele” sobre quem os profetas haviam falado.
75. Eu poderia verdadeiramente resgatar – salvar – as pessoas da doença, miséria e pobreza, restaurar lhes a saúde e a prosperidade, ensinando a verdade a respeito do Reino dos Céus e a Realidade do “Pai”.
76. Quando me senti suficientemente preparado para sair a ensinar e curar, para agradar a minha mãe concordei em ir num sábado na sinagoga de Nazaré e falar para a congregação.
77. Como era o costume, levantei e me foi entregue o livro de Isaías para ler. Escolhi a passagem que profetizava a vinda do Messias que viria libertar o povo Judeu de todo tipo de escravidão.
78. “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar as boas-novas aos pobres. Ele me enviou para anunciar a libertação aos encarcerados e a recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos, para proclamar o ano da graça do Senhor.” (Is 61)
79. Então sentei-me dizendo: — Hoje, vocês veem esta profecia cumprir-se em mim. Isto produziu choque e espanto no rosto dos homens, que me olhavam atônitos, mas eu continuei falando, sabendo que o “Pai” me diria o que falar. As palavras vieram sem hesitação.
80. Falei de minha experiência no deserto e relatei a visão do bebê crescendo até a idade adulta, sendo envolvido inconscientemente em correntes e ataduras mentais e assim ficando cego e aprisionado na escuridão interior, fechando-se para Deus.
81. Expliquei que ao fazer isso, eles expunham-se à opressão de conquistadores, escravidão, pobreza e doenças. Porque Deus é LUZ – eu disse. E LUZ é a substância de todas as coisas visíveis. E LUZ é o AMOR que faz todas as coisas para que o homem desfrute delas.
82. Todas as bênçãos de abundância e saúde foram livremente disponibilizadas para aquele que amar a Deus com a mente, o coração e a alma e que viver estritamente segundo as Leis de Deus.
83. Quando terminei, houve um completo silêncio na sinagoga. Senti que a congregação havia experienciado algo estranho, poderoso e que tinha sido elevada a um plano superior do pensamento. Desejei que nada interrompesse a tranquilidade transcendente daquele momento.
84. Em seguida, começaram a sussurrar entre si. Eles se perguntavam quem eu era! Alguns estavam convencidos de que eu era Jesus, a pessoa cuja família era bem conhecida na aldeia, mas outros não podiam aceitar aquilo, uma vez que eu havia falado como alguém que tinha autoridade.
85. Infelizmente, senti ressurgir minhas antigas reações para com aqueles homens religiosos. Sabia que tinham me desprezado no passado, de forma que esperava por essa rejeição. Voltei às antigas atitudes desafiadoras e isso os enfureceu por completo. Pelas minhas próprias reações humanas, atraí o desastre. E este quase aconteceu.
86. Os mais jovens, instigados pelos mais velhos, correram até mim e me arrastaram para o topo mais alto do penhasco a fim de lançar-me à morte, mas orei ao “Pai” para que me salvasse.
87. De repente, ficaram tão alterados que mal sabiam o que faziam, se voltaram uns contra os outros, então pude sair do meio deles e escapar. Foi estranho. Eles pareceram não notar a minha saída.
88. Muito abalado por esta experiência, consegui mandar uma mensagem para minha mãe, dizendo que estava deixando Nazaré imediatamente e indo para Cafarnaum, uma agradável cidade junto ao mar da Galileia.
89. A princípio, pensei em juntar-me a antigos conhecidos, mas senti intuitivamente que isso não seria o correto a fazer. De modo que durante todo o caminho, e ao entrar na cidade, pedi orientação e ajuda ao “Pai” para encontrar acomodações. Eu não tinha dinheiro e não pediria esmola.
90. Ao caminhar pela rua, uma mulher de meia-idade veio em minha direção. Ela carregava pesados cestos e seu rosto estava triste. Parecia ter chorado. Num impulso abordei-a perguntando onde poderia encontrar alojamento.
91. Ela disse brevemente que normalmente me ofereceria uma cama, mas que estava com seu filho muito doente em casa.
92. Também disse que tinha ido comprar algumas provisões para alimentar os “consoladores” que haviam se reunido para chorar a morte iminente de seu filho. Meu coração se afligiu por ela, mas também se alegrou. Prontamente tinha sido dirigido para alguém que eu poderia ajudar.
93. Expressei minha simpatia e ofereci-me para carregar suas cestas até a casa. Ela me olhou por um momento, perguntando-se quem eu poderia ser, mas aparentemente ficou satisfeita com minha aparência e conduta.
94. No caminho, disse-lhe que talvez eu pudesse ajudar seu filho. — Você é médico? – perguntou-me. Respondi que não havia recebido formação médica, mas que poderia ajudá-lo.
95. Ao chegar em sua casa – de pedra, grande e bem construída, o que indicava boa situação social e prosperidade – levou-me até seu marido dizendo: “Este homem diz que pode ajudar nosso filho.” Melancólico, o homem inclinou a cabeça e não disse nada.
96. A mulher, que se chamava Miriam, afastou-me dizendo que ele estava aflito e muito zangado. — O rapaz é nosso único filho entre muitas filhas e ele culpa Deus pela doença do garoto. Miriam começou a chorar.
97. Se ele fala assim contra Deus, que outros problemas cairão sobre nós? – perguntou-me. — Tranquilize-se – disse-lhe. Logo verá que seu filho ficará bem novamente. Ela olhou-me com dúvidas, mas levou-me até o quarto onde o rapaz estava.
98. Fazia calor e o ambiente estava sufocante, cheio de gente, bem intencionada e triste, conversando. Pedi à mãe para esvaziar o quarto, mas os visitantes resistiram. Eles queriam ver o que aconteceria e somente saíram do quarto contrariados quando Miriam chamou seu marido para falar com eles.
99. Podia escutá-los discutindo com o pai no quarto ao lado. O que este homem achava que poderia fazer, se o médico já havia declarado ser incapaz de ajudar o rapaz? O pai veio até o quarto para ver por si mesmo.
100. Seu filho estava mortalmente pálido, com muita febre. A mãe explicou que ele não podia engolir a comida e que estava com o intestino solto. Ele havia estado assim por vários dias e tinha perdido muito peso. O médico disse que nada mais poderia ser feito. Ele provavelmente morreria.
101. Coloquei as mãos sobre a cabeça do rapaz e orei sabendo, e silenciosamente dando graças com todo o coração, que o “Pai” VIDA fluiria pelas minhas mãos para dentro de seu corpo. Desta forma o trabalho de cura se realizaria.
102. Senti um calor extremo e um formigamento em minhas mãos e o Poder vertendo para seu frágil corpo. Fui inundado por uma alegre gratidão. Como era grandioso e maravilhoso o “Pai Vida”, quando liberado para fazer o seu trabalho natural de cura!
103. Sua mãe e seu pai, olhando ansiosos para ver o que aconteceria a seguir, seguravam a mão um do outro e observavam com muita atenção. Quando eles viram a cor do seu filho mudar, do branco para um rubor mais sadio, exclamaram com espanto e alegria.
104. Depois de algum tempo, o rapaz levantou seu olhar para mim, dizendo claramente: — Agradeço, estou bem melhor agora. Estou faminto e quero algo para comer!
105. Sua mãe riu de felicidade e o abraçou apertado, mas estava um pouco apreensiva. — Não posso dar comida a você, filho meu. O médico ficaria zangado.
106. Ela havia sido avisada para não dar comida a ele, somente água. Eu sorri e disse: — Ele está curado. Pode dar pão e vinho a ele, que não fará mal!
107. Seu pai, Zedekias, estava maravilhado de alegria e gratidão. Depois de abraçar o seu amado filho, voltou-se para mim e apertou minhas mãos calorosamente. Ficou dando tapinhas em meus ombros enquanto balançava sua cabeça, incapaz de falar devido às lágrimas que escorriam por sua face.
108. Quando ele finalmente se recompôs, entrou no salão e falou às pessoas que lá estavam: — Meu filho, quase morto, recuperou a plenitude da vida novamente!
109. Suas palavras foram recebidas com gritos de alegria, entusiasmo, incredulidade, questionamentos, risadas e felicitações. A mãe do rapaz ficou parada, com um sorriso estampado na face.
110. Depois disso, não foi mais necessário buscar por acomodações. Quando Zedekias disse aos atônitos “consoladores” que o garoto estava curado e o próprio jovem apareceu na porta sorrindo e pedindo novamente por comida, todos os “consoladores” rodearam-me e convidaram-me às suas casas.
111. No entanto, preferi ficar com o pai do garoto, que agora dizia estar cheio de perguntas a fazer-me. Ele esperava que eu pudesse respondê-las.
112. Depois de colocar o vinho e a comida sobre a mesa, todos foram convidados a comer até saciarem-se. Zedekias sentou-se e formulou sua primeira pergunta. Ele disse: — Você fez algo que nenhum sacerdote ou médico poderia fazer. A cura vem somente de Deus. Embora seja um desconhecido, percebo que você deve vir de Deus.
113. — Sim, respondi. E as pessoas murmuraram assombradas.
— Esta doença que veio ao meu filho era um castigo por algo que eu tenha
feito de errado no passado? E como eu poderia cometer um pecado tão grave que
Deus quereria levar meu único filho?
114. Muitas das pessoas que escutaram estas palavras acenaram com a cabeça. — Você fez a pergunta que mais quero responder, Zedekias. Deus nos dá a VIDA e a existência do ser.
115. Ele não iria arrancá-la de nós como um homem arrancaria um tesouro de outro só porque está zangado com ele. Esta é a maneira como a humanidade se comporta, não Deus.
116. E Deus não está sentado em um trono em algum lugar do céu, como fazem os reis humanos que se sentam em seus tronos e governam o seu povo. Esta é a maneira humana de proceder, uma crença humana – não a verdade.
117. A maneira de proceder de Deus vai muito além do que a mente humana pode conceber ou sonhar. Somente eu “vi” “Aquele que nos trouxe a existência” e sei que ELE não é o tipo de “Deus” que os Rabinos ensinam.
118. Vi que ELE é o “Perfeito Amor”, e por esta razão eu prefiro falar do “Pai”, pois eu vi que Ele trabalha dentro de cada ser vivo, mantendo-o num bom estado de saúde assim como um pai humano trabalha para manter seus filhos bem alimentados, vestidos e protegidos dentro do abrigo de um lar.
119. Eu O “vi” dentro de todas as coisas do mundo.
— Como pode ser isso? –
perguntou um homem duvidando.
120. — Não é possível para um “ser” individual, de qualquer tipo, estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Mas o ar está em todo lugar ainda que não se possa ver. No entanto, sabemos – sem dúvida alguma – que ele é muito real e muito importante para nossa existência.
121. Se o ar não existisse e não pudéssemos respirá-lo, morreríamos. Não podemos ver o movimento do ar que chamamos de vento, mas vemos que ele agita as folhas e conduz as nuvens no céu. Por isso sabemos que o ar está acima de nós, ao nosso redor e que é forte.
122. E agora pergunto: qual é a parte mais real e mais valiosa do homem – seu corpo ou sua mente?
123. Alguns respondiam que era o seu corpo, caso contrário não teriam lugar na terra, não poderiam trabalhar, não poderiam ser vistos, não seriam conhecidos. Outros diziam que sua mente era mais importante do que seu corpo.
124. Ao que eu respondi: — A mente é a parte mais importante do homem, uma vez que sem sua mente ele não teria o comando do seu corpo. Ele não poderia comer, beber, dormir, mover-se, planejar, não poderia viver.
125. Contudo, não podemos ver a mente. Simplesmente sabemos que temos uma mente por causa dos pensamentos que ela produz e porque os pensamentos elaboram algum tipo de ação em nossas vidas.
126. Acreditamos que a mente funciona por meio do cérebro. Sim, é assim que funciona! Senão como poderia o cérebro, que nasceu da carne, produzir pensamentos, sentimentos, ideias e planos?
127. Agora deve estar ficando claro para vocês que é assim que o “Pai” está presente em todas as coisas; “Ele” é a mente que dirige a “mente” humana, fazendo Seu grande trabalho dentro de cada ser vivo. Sabemos que é assim, porque vemos as maravilhas da sua obra.
128. Vemos o crescimento das crianças, vemos o alimento que comem ser milagrosamente convertido em outra substância que os nutre e os faz crescer. Como isso acontece não sabemos, nem sequer podemos imaginar.
129. Mesmo que soubéssemos, ainda assim continuaríamos sem saber o que acionou tão importante processo de vida dentro dos corpos vivos de cada espécie.
130. Vejam de que forma tão maravilhosa os corpos de cada espécie são formados e criados propositalmente, de forma expressa para transformar o tipo de alimento que se come em energia para nutrir ossos, sangue e carne.
131. — Agora que nos mostrou todas estas coisas, podemos ver que elas são realmente maravilhosas! – exclamou um jovem.
132. — Elas são! Elas são! Vemos os jovens corpos passando por suas várias etapas de desenvolvimento e vemos suas mentes acompanhando o seu desenvolvimento físico até que começam a desejar encontrar um cônjuge para se tornarem pais.
133. Logo, o grande trabalho da concepção é realizado e o crescimento da semente dentro do útero continua até que a criança chegue a seu desenvolvimento pleno.
134. Pensem! Quem determina este constante crescimento tão ordenado dentro da mulher? De onde vêm os planos que regem o correto desenvolvimento da cabeça, do corpo e dos membros, os quais são invariáveis de uma mulher para outra e de uma espécie para outra?
135. Quem decide o momento exato em que o nascimento terá início – o meio físico pelo qual a criança deve ser trazida à luz, a provisão do leite para a criança?
136. Pensem! É a mãe? Não, não é a mãe. Ela é apenas a testemunha de tudo o que ocorre dentro dela desde o momento em que seu marido tenha estado com ela e plantado a sua semente para se juntar a dela. Deus faz todas estas coisas de longe?
137. Estes pensamentos chegam a cada homem e mulher para decidir quando estas coisas devem acontecer? Não, todo este trabalho é realizado pelo “Poder Criativo da Mente”, a “Vida Inteligente Amorosa” dentro de todos os seres vivos.
138. Vemos o amor dos pais por seus filhos, sejam eles pássaros, animais ou homens. De onde vem este amor? Ele provém do “Poder Criativo da Mente” – o Perfeito Amor – do “Pai” que está em nós.
139. É por causa do trabalho que o “Pai” faz com as plantas, árvores, pássaros, animais e com o próprio homem que hoje estamos aqui, vivos, respirando, comendo, dormindo, tendo filhos, envelhecendo e então morrendo para passar para um lugar mais feliz.
140. Tudo isso é a obra do “Pai” que está ativa dentro de nós. Como podem negar a verdade de tudo o que disse a vocês nesta noite?
141. Hoje, viram um jovem agonizante que foi trazido de volta à plenitude da vida em pouco tempo – fui eu quem o curou? Não! Por mim mesmo não posso fazer nada.
142. Foi a VIDA, que é o “Pai” ativo dentro de todas as coisas, que veio com toda a força para reparar um corpo doente e trazê-lo novamente de volta à plena saúde, porque acreditei que assim seria e não duvidei.
143. Houve suspiros de satisfação na sala. Nova luz, novo interesse, inclusive podia ver-se uma nova doçura em seus rostos. — Por que então o homem sofre tão dolorosamente? – perguntou Miriam.
144. — Porque quando o homem é concebido, quando a VIDA toma forma dentro da semente, ELA se reveste da condição humana que O separa de qualquer outro indivíduo no mundo.
145. Para fazê-LO único, uma figura isolada, não unida a nenhum outro, solitário, privado, SUA própria pessoa, ELE torna-se sujeito a – é controlado por dois impulsos poderosamente fortes em sua natureza terrena – o de ligar-se a todas as coisas que deseja muito e o de rejeitar e afastar tudo aquilo que não quer.
146. Estes dois impulsos básicos do homem estão presentes em cada coisa que ele faz ao longo da vida e são inteiramente responsáveis pelos problemas que atrai para si.
147. Embora o “Pai” esteja ativo no interior do homem, não há nada de humano NELE. Portanto, o “Pai” nada retém, nada rejeita, nada condena, nem mesmo vê “a transgressão”.
148. Tudo aquilo que o homem faz e que chama de “pecado” é apenas deste mundo e só existe punição neste mundo – porque é uma “Lei da Existência Terrena”.
149. Como você sabe, que tudo o que você semear, mais tarde colherá. Pelo fato de extrair sua VIDA e sua MENTE do “Pai”, o próprio homem é o criador dos seus pensamentos, palavras e ações.
150. Seja o que for que ele pensa, diz, faz e acredita, retorna a ele da mesma forma, algum tempo depois. Não existe castigo que venha do “Pai” – quaisquer que sejam os males que assolarem a humanidade, estes são o completo resultado de suas próprias decisões. (Veja carta 3.51)
151. As pessoas murmuravam que este era um ensinamento totalmente novo e que fazia mais sentido do que tudo o que havia sido ensinado a eles antes. Várias vozes me incitavam a contar mais.
152. — Eu digo a vocês: em mim vocês viram a VIDA ativa sob a forma de cura. Sigam-me e ouvirão sobre o CAMINHO que devem percorrer para encontrar a felicidade. Em minhas palavras encontrarão a VERDADE da Existência nunca antes revelada por nenhum outro homem.
153. Tem se dito sobre o Messias que ele revelará os segredos que têm estado ocultos desde o começo da criação. Em verdade, digo que ouvirão estes segredos de mim.
154. Se escutarem com cuidado, entenderem seu significado, praticarem sua verdade e apegarem-se às suas leis, serão transformados em novos homens e entrarão no Reino dos Céus.
155. As pessoas ficaram em silêncio por um momento e então houve um clamor de conversa animada, mas Zedekias levantou-se e disse que era hora da família descansar. Seu filho precisava dormir e sua esposa e filhas também estavam exaustas de tanto chorar.
156. Ficou combinado que na manhã seguinte eu iria até o porto e as pessoas doentes seriam trazidas até mim. Desta forma, fui capaz de empreender minha missão e tudo foi rapidamente arranjado da melhor forma possível.
157. Parecia que se eu não efetuasse as curas, não haveria interesse nem aceitação de tudo o que eu havia dito. As curas demonstravam a verdade de tudo o que eu havia ensinado e meus ensinamentos explicariam as razões pelas quais eu era capaz de trazer do “Pai”, para eles, a cura.
158. Quando acordei na manhã seguinte, senti a felicidade viva em mim, com a expectativa das coisas maravilhosas que estavam por vir.
159. Depois de tomar o desjejum, saí com Zedekias para o porto da cidade, com meu coração iluminado de amor por todos os que passavam por mim. Eu os cumprimentava calorosamente, dizendo a eles que tinha “boas-novas” para todos aqueles que quisessem escutá-las.
160. Quando chegamos ao dique, encontrei homens, mulheres e crianças sentados no chão, esperando por minha chegada. Alguns estenderam suas mãos, implorando. Pareciam muito mal. Outros haviam sido mutilados e muitos outros estavam cobertos de feridas.
161. Meu coração ainda sofria por seu estado lastimável, mas agora também podia alegrar-me porque sabia que não era a “Vontade do Pai” que eles estivessem assim. Muito pelo contrário! O próprio “Pai” era toda a cura, toda a saúde e todo o bem-estar.
162. Eu tinha provado isso na noite anterior e na minha casa. Estava exultante por ser capaz de demonstrar esta verdade maravilhosa para a multidão que agora se reunia em torno de mim.
163. Um rosto velho e triste chamou minha atenção – uma mulher magra, enrugada e curvada. Fui até ela e me ajoelhei ao seu lado, pondo minhas mãos sobre sua cabeça.
164. Imediatamente senti o fluxo do “Poder do Pai” vibrando pelas minhas mãos em sua cabeça, até que seu corpo inteiro sacudiu com a Força Vital, energizando seus membros.
165. As pessoas, ao verem isso, ficaram atônitas, perguntando o que eu poderia estar fazendo com ela, mas outros acalmaram suas objeções. Gradualmente seus membros começaram a soltar-se, a alongar-se e a endireitar-se; seu rosto tornou-se vivo pela alegria de voltar a sentir sua força.
166. Ajudei-a a se levantar e então ficou de pé por si mesma com todo orgulho. Ela estava tão tomada pela felicidade que começou a chorar, depois riu e dançou, chamando as pessoas: “Louvado seja Deus” dizia ela, “Louvado seja Deus” e outros que ali estavam repetiam o refrão.
167. Todos estavam profundamente comovidos com o que haviam visto. A aglomeração de pessoas apertando-se contra mim foi tão grande que Zedekias ofereceu-se para controlá-la. De forma organizada e ajudado por outros dos espectadores ansiosos, dirigiu ordenadamente os doentes para mim,
168. para que eu pudesse atendê-los, segundo suas necessidades mais profundas. No final, sentindo-me cansado, meu anfitrião convidou-me a voltar para casa e jantar. Despediu aqueles a quem eu não tinha sido capaz de curar por falta de tempo. Assegurou a eles que eu retornaria no dia seguinte.
169. Foi uma noite festiva – tanta coisa para falar – tanto para celebrar – tanto para ensinar – tanto para aprender – todos certamente reconheciam naquilo a “boa-nova”.
170. Eu sabia que havia sido aceito por muitos por dizer a verdade do que havia visto no deserto. E assim continuou por muitos dias. As pessoas vinham de longe para ver-me. Zedekias e outros amigos seus me ajudaram a controlar a multidão para que eu pudesse curar e ensinar.
171. O povo ouvia com prazer. Eles falavam entre si sobre o “Pai” e estavam ansiosos por aprender mais a respeito das “correntes e ataduras” que confinam as pessoas na miséria.
172. A aglomeração de pessoas tornou-se tão grande que eu logo percebi que precisava achar meus próprios ajudantes em quem eu pudesse confiar para me auxiliar. Já era hora de Zedekias voltar a conduzir o seu negócio de couro, que ele vinha deixando de lado.
173. Fui embora para as montanhas para orar a respeito da escolha dos “discípulos”. Quando veio a mim a convicção de que eu seria guiado para fazer a escolha, retornei a Cafarnaum.
174. Senti um forte impulso para descer pela beira do porto e falar com alguns homens que eu tinha visto escutarem meus ensinamentos com muita atenção.
175. Queria saber se eles deixariam suas redes de pesca para juntarem-se a mim. Quando os chamei, Simão, André, Tiago e João vieram imediatamente, felizes em poder ajudar no meu trabalho de cura e ensinamentos.
176. Outros também se juntaram a mim assim que comecei meu trabalho entre as pessoas. Deixei meu anfitrião, a casa de Zedekias, que me assegurou entusiasmado que eu poderia retornar a qualquer momento.
177. E foi assim que comecei minha missão como mestre e curador peregrino, indo sempre que necessário pelas vilas e aldeias. Antes de partir, reuni os jovens que tinham aceitado com alegria me ajudar. Escutariam meus ensinamentos e ficariam perplexos pelo muito que eu tinha a dizer.
178. Era vital que explicasse a eles primeiro o fundamento de tudo o que havia sido revelado a mim no deserto. Disse que apesar da vida ociosa que eu levava antigamente, sempre havia sentido uma profunda compaixão pelas pessoas.
179. E foi minha compaixão que me afastou desse “Deus” ensinado pelos Rabinos. Quando falei da minha total rejeição de um Jeová punitivo, pude ver a dúvida e o choque em seus rostos.
180. Por um tempo considerável, expliquei que eu questionava como era possível falar de um Deus “bom”, quando crianças inocentes suportavam tanto sofrimento. Enquanto falava, via como seus rostos iam relaxando aos poucos.
181. Continuei dando voz às minhas dúvidas e raivas de antigamente, até que vi suas expressões mudarem para a aceitação e em seguida para a concordância completa. Descobri que havia expressado suas próprias dúvidas e perguntas, as quais nunca antes tinham tido coragem de admitir.
182. Enquanto falávamos, pude sentir seu alívio de que já não estavam mais sós em suas resistências secretas com relação aos ensinamentos dos Rabinos.
183. Disse que chegou um momento em que comecei a perceber mais claramente que estava desperdiçando a minha vida. Queria mudar e senti fortemente que deveria ir até João Batista como ponto de partida, para começar uma nova forma de vida.
184. Descrevi o que aconteceu durante o batismo e minhas seis semanas no deserto. Expliquei que todos os meus pensamentos, crenças, atitudes, arrogância e rebeldia prévia foram paulatinamente limpos de minha consciência,
185. enquanto passava pelas profundas revelações e visões que me mostraram a “Realidade” que eu agora chamava de “Pai”. Expliquei a natureza do “Pai” e que esta “Natureza Divina” era constituída também da Vontade Divina.
186. Disse que era o próprio homem que em seu íntimo se afastava do “Pai”, por seu pensamento errôneo e comportamento equivocado e que somente o homem, primeiro pelo arrependimento e logo depois pela limpeza mental-emocional, poderia encontrar seu próprio caminho de volta ao pleno contato com o “Pai”.
187. Quando isso se cumprisse, a plena Natureza do “Pai” seria liberada dentro da mente, coração, corpo, alma, no ambiente e nas experiências da pessoa.
188. Quando isso se produzisse, tal pessoa entraria no Reino dos Céus governado pelo “Pai” e o Reino dos Céus se estabeleceria na consciência da pessoa. Ela atingiria então o propósito de sua existência.
189. Enquanto conversava com meus discípulos, via suas reações refletidas em seus rostos. Toda dúvida havia desaparecido, havia agora um resplandecer de luz de compreensão e alegria. Esses jovens tornaram-se fiéis entusiastas e exclamaram: “Estas sim são boas-novas”!
190. Entretanto, após a aceitação de tudo o que eu dissera, houve momentos em que se perguntavam se seria verdade tudo aquilo que eu havia dito. Entendi aquilo. Dispor-se a desfazer-se da imagem de “Jeová”, tão profundamente gravada em suas mentes, requeria uma grande dose de coragem.
191. Havia momentos em que falavam entre si e questionavam quem era este homem que pretendia tais maravilhas. E se viessem comigo e afinal eu fosse realmente um mensageiro de Satanás?
192. Eles seriam severamente castigados por Jeová. Eles tinham muito a perder – sua posição na sociedade como jovens, homens sóbrios e trabalhadores, sua reputação como comerciantes e artesãos,
193. a perda de suas rendas e o maior obstáculo de todos: a provável ira e rejeição de suas famílias. O que eles receberiam em troca?
194. Disse então que eu não podia fazer nenhuma promessa terrena por sua ajuda na propagação do “evangelho da boa-nova”. Eu não tinha dúvida alguma de que, onde quer que fôssemos, receberíamos alimento e refúgio e que seríamos muito bem acolhidos pelas pessoas.
195. Somente poderia prometer a Verdade de que o “Pai” conhecia as suas necessidades e que elas seriam satisfeitas e que os manteria com saúde.
196. Poderia também prometer que, se eles se voltassem para o “Pai”, e confiassem no “Pai” a cada passo do caminho, seriam tão felizes como nunca haviam sido antes.
197. Experimentariam o Reino dos Céus por eles mesmos, na medida em que deixassem de lado as exigências do “eu” e se pusessem a serviço dos outros.
198. Seriam testemunhas de curas e estas aumentaria a sua fé e daria a eles coragem para suportar quaisquer incômodos da jornada. E assim começamos nossa missão para espalhar a “BOA-NOVA” do “EVANGELHO DO REINO”.
199. Enviei à minha frente estes jovens para as cidades que iríamos visitar. Ao chegarem, diziam às pessoas da cidade que se juntassem para escutar a “Boa-Nova do Reino dos Céus”.
200. As pessoas ficavam surpresas e queriam saber mais, mas os discípulos pediam que fossem buscar seus amigos e vizinhos. Todos ficariam sabendo do que se tratava, “quando Jesus chegasse”, e também haveria curas de seus doentes.
201. Excitados, muitos corriam para ajudar a difundir a “boa-nova” e logo estavam reunidos formando uma grande multidão.
202. Eu, que havia me rebelado apaixonadamente contra as pregações religiosas
que ameaçavam os pecadores com violência, castigos e condenações, agora
caminhava com alegria para ir ao encontro destas multidões.
203. Eu tinha a minha “Boa-Nova” para compartilhar com eles e iluminar o seu dia, além de curar suas doenças e aflições, para encher de alegria suas vidas. Antes eu circulava entre as pessoas egoisticamente e com as mãos vazias, aceitando a sua boa vontade, e às vezes generosidade, com pouca gratidão.
204. Agora eu vinha com uma abundância de possibilidades vivificantes para todos aqueles que estavam dispostos a ouvir minhas palavras e tomar medidas para melhorar a sua qualidade de vida.
205. Quero que você, que está lendo estas páginas, compreenda plenamente minha posição naquele tempo, meu estado de consciência depois de minha iluminação no deserto e a pessoa que eu apresentava aos meus conterrâneos como “Jesus”. Foram feitas tantas conjecturas a meu respeito que devo contar a verdade a vocês.
206. Nasci para ter um bom físico quando amadurecesse, fortes traços aquilinos, uma inteligência notável e uma facilidade para a mímica e o riso. Mas como muitos de vocês hoje, não cuidei dos meus talentos terrenos.
207. Na hora de ir para o deserto, meu rosto e minhas maneiras eram o que se poderia descrever como “abaixo” do que deveriam ser. Embora eu tivesse começado a examinar-me e a rebelar-me contra o que havia me tornado,
208. meu intelecto tinha sofrido pelo mau uso que eu fizera dele, constantemente me envolvendo em discussões e discordâncias sobre religião e cedendo a discursos irreverentes. Eu fazia as pessoas rirem.
209. Eu era amado pelos homens e mulheres com quem me misturava, mas eles certamente não me respeitavam. Por isso o espanto daqueles que me conheciam quando falei na sinagoga em Nazaré.
210. Enquanto minha mãe cuidou de minha saúde, eu fiz poderoso uso do conhecimento e da iluminação que me foram dados no deserto. Isso me fez voltar a ser o homem que estava destinado a ser.
211. Quando comecei minha missão, estava inteiramente consciente de que eu era o único com o supremo conhecimento dos segredos da criação e da existência em si.
212. Portanto, podia dizer com perfeita confiança: Ninguém além de mim “viu” o “Pai”. Eu sabia que tudo em que os homens sinceramente acreditavam era falso – irreal. Sabia que eu havia sido especialmente moldado e projetado pelo “Pai” para esta missão.
213. Eu havia sido abençoado abundantemente com a energia física, a vitalidade para falar e a capacidade de conceber parábolas significativas para transmitir a mensagem com sucesso e de uma forma que nunca seria esquecida.
214. Além disso, eu compreendia os meus companheiros muito bem, devido à longa associação que tinha com eles. Conhecia suas esperanças mais profundas, seus medos mais desesperados, sabia o que os fazia rir e o que os induzia a zombar e a escarnecer dos ricos e pretensiosos.
215. Sabia também a que ponto os velhos e jovens sofriam silenciosa e corajosamente. Experimentava profunda compaixão pela população que vivia com medo, suportando o chicote verbal dos Fariseus e se inclinando diante das leis fiscais dos Romanos.
216. Sabia como seu orgulhoso espírito Judeu havia sido ferido pelos gentios conquistadores, a quem foram obrigados a honrar com cumprimentos verbais, de mão e de joelho, mas a quem desprezavam por trás das portas fechadas.
217. Conhecia e compreendia completamente a vida e o pensamento do povo. Eu já havia pensado seus pensamentos, sentido seus ressentimentos, sofrido suas ansiedades em tempos de privações e me sentido impotente nas garras do governo Romano.
218. E agora sabia que nada desse sofrimento era realmente necessário. Conhecendo, como eu conhecia, a Realidade da existência,
219. a Realidade do “Deus” Universal, eu podia claramente perceber a insensatez das autoridades Judias, que impunham sobre a população uma penosa forma de vida que era completamente errônea e em total contradição com a Verdade do Ser. Esta situação me causava profunda irritação.
220. Em consequência, sabia que havia sido perfeitamente moldado e afinado para tornar-me instrumento purificado da Ação Divina na Palestina, dirigido por minha paixão pela VERDADE e compaixão pelo próximo.
221. Por isso eu me chamei “Filho do Homem” – porque sabia exatamente o que a humanidade enfrentava em sua vida cotidiana.
222. Além disso, eu tinha plena confiança de que poderia alcançar meu objetivo de levar a Verdade às pessoas e assim ser instrumento de mudança na qualidade de suas vidas.
223. Por este motivo, ainda que eu soubesse desde o início de minha missão que haveria um preço a pagar por tudo o que me propus a fazer – virar de ponta cabeça e pelo avesso o mundo conhecido dos Judeus – estava preparado para enfrentar e passar por isso.
224. Não poderia escapar, porque amava as pessoas com o AMOR do “Pai” que fluía do meu coração e ser. Pois o “Pai” AMOR é a essência do DAR – dando-se Ele mesmo no ser e existência visíveis, no crescimento, proteção, nutrição, cura e satisfação de todas as necessidades da criação tornada visível.
225. Eu sabia que era o presente de salvação do “Pai” para as pessoas, – para o mundo – e, NÃO – como eles supuseram e ensinaram durante séculos – a salvação do castigo imposto aos “pecadores” por um Deus irado – MAS para salvar as pessoas da repetição diária dos mesmos enganos do pensamento errôneo,
226. pensamento esse que criou seus infortúnios, pobreza, doença e miséria.
227. Porque amava tão profundamente a raça humana, eu estava preparado para ensinar e curar, desafiando os Sacerdotes Judeus.
228. Estava disposto a morrer na cruz pelo que verdadeiramente tinha “visto” no deserto, conhecia com todo o meu coração e queria compartilhar até a última gota de minha capacidade para fazê-lo.
229. ESTA É A VERDADE SOBRE A MINHA CRUCIFICAÇÃO E TODO O RESTO QUE VOCÊ OUVIU SÃO SUPOSIÇÕES HUMANAS DECORRENTES DA PRÁTICA JUDAICA DE OFERECER SACRIFÍCIOS NO TEMPLO.
230. Eu era um presente do “Pai” para a humanidade, para ajudá-la a superar sua ignorância das Leis da Existência e a encontrar o verdadeiro Caminho da Vida, que conduz à alegria, à abundância e à perfeita plenitude do Reino dos Céus.
232. Esta era a minha consciência espiritual, canalizada nos pensamentos e sentimentos que me impulsionaram a empreender uma jornada de três anos, para levar às pessoas aquilo que eu acreditava plenamente ser o resgate final de sua própria forma cega de pensar e sentir, a qual criava suas próprias vidas turbulentas.
233. Eu verdadeiramente acreditava que, se pudesse demonstrar às pessoas tudo aquilo que me havia sido dado a compreender, perceberiam sua loucura anterior e se esforçariam por mudar sua forma de pensar e colocar o pé na direção do Caminho da Vida que conduz ao Reino dos Céus.
234. Para este fim, eu estava disposto a dar minha vida. Por causa da interpretação errônea atribuída à minha missão pelos mestres Judeus, minha verdadeira mensagem foi distorcida até não ser mais reconhecida.
235. O propósito destas Cartas é o de trazer às pessoas desta Nova Era a verdade sobre o que eu realmente falei para as multidões na Palestina. Portanto,
236. voltando ao relato daquela época, deixe-me retroceder a um dia especial que deu frutos entre meus ouvintes e que produziu uma impressão duradoura nas mentes de meus discípulos.
237. Assim, para mim também esse foi um dia especialmente significativo. Eu me distanciei por um tempo da pressão das pessoas, indo às colinas orar e meditar, buscando recarregar minhas baterias espirituais, fazendo uma profunda, forte e mais poderosa conexão com o “Pai” dentro de mim.
238. Esta conexão era tão rapidamente obscurecida no interior de minha consciência, quando estava ocupado entre as multidões, que eu estava exausto.
239. Chegando à caverna que utilizava quando me encontrava naquela área, puxei um pedaço de pano que ficava escondido sob uma pedra e me deitei para dormir.
240. Ao invés de dormir, no entanto, senti imediatamente o fluxo da Vida Divina, o “Pai”, e o cansaço foi dissolvido enquanto meu corpo era carregado com o Poder que é a Fonte Criativa de Todo o Ser.
241. Fui elevado em consciência no interior de uma Luz dourada e, enquanto viajava para o alto dessa Luz, ela subitamente mudou para o mais puro branco e eu soube que, em consciência, estava nos portais do Equilíbrio, que é o Eterno, o Universal, a dimensão Infinita que está além de toda concepção da mente humana.
242. Observei a LUZ, mas eu não fazia parte DELA, nem ELA estava poderosamente dentro de mim, uma vez que esta era a dimensão “DEUS” do vazio, da não forma do Equilíbrio Universal.
243. Mas ELA se comunicava comigo e infundia-me com seu brilhante AMOR. Isso mais uma vez gravou em mim que ELA era o “Processo Criativo – Aperfeiçoador – Curador” AMOR que governa toda a existência.
244. Sabia que onde quer que houvesse necessidade, haveria satisfação, como o constante fluir das águas que enchem um lago. Onde reinava a miséria, haveria alegria porque era a NATUREZA do Universal mover-se para o interior de cada coisa viva que tem necessidades, para trazer satisfação e alegria.
245. Eu sabia que, onde não houvesse crescimento, surgiriam as circunstâncias para promover o crescimento. Eu sabia que, onde houvesse um sentimento de fracasso, desafios seriam providenciados para estimular as pessoas ao sucesso e à autoconfiança.
246. èEu “vi” que este TRABALHO AMOROSO constantemente iniciado pelo “Pai” na vida das pessoas sobrecarregadas pode não ser reconhecido como um “presente de AMOR” pelas pessoas que o recebem.
247. Elas podem estar tão afundadas em sua apatia, sentimentos de fracasso e na crença de que nada de bom lhes acontece, que não conseguem ver outra coisa em suas vidas além de suas próprias crenças e sentimentos! Consequentemente, ficam enraizadas no inferno criado por elas, para elas mesmas.
248. Não havia necessidade de sentir pena de ninguém. A única necessidade era ter um coração compassivo e a determinação de levar-lhe a Verdade para curar sua ignorância. O maior presente que um homem poderia dar ao outro era a iluminação da ignorância sobre a existência e suas leis cósmicas,
249. pois a VERDADE era que: cada alma está compreendida no UNIVERSAL e os níveis do fluxo da ATIVIDADE UNIVERSAL1 em suas vidas, através do TRABALHO AMOROSO do “Pai”, dependem inteiramente da receptividade do indivíduo.
250. Compreendi que o que as pessoas precisavam ouvir urgentemente era o que eu acabara de aprender. Elas precisavam “ver” e compreender plenamente a intenção, o propósito e o potencial do AMOR, que era a mesma substância do seu ser.
251. Por causa de sua descrença, elas poderiam rejeitar o TRABALHO AMOROSO do “Pai” como se fossem “desafios dolorosos” e então se renderiam ao fracasso para sempre.
252. Eu vi então, com mais clareza ainda, que havia sido enviado para despertar as pessoas para todas as possibilidades de autodesenvolvimento, de prosperidade e realização da alegria e da felicidade – mas dependeria delas que acordassem e aproveitassem aquilo que era oferecido.
253. Lembro que esta elevação durou a noite inteira e na manhã seguinte acordei sentindo-me mais vivo do que nunca. Minha mensagem tinha sido esclarecida.
254. Tinha visto, ainda mais claramente, a Realidade do “Pai” e sabia que era capaz de sair naquele dia para encontrar a multidão e transmitir o poder e a vida daquilo que me havia sido mostrado.
255. Enquanto descia da caverna, fui até uma grande rocha de onde se via o íngreme precipício. Quando me sentei, olhei abaixo a cidade que visitaríamos naquele dia.
256. Podia sentir aquele “Processo de Aperfeiçoamento” – aquele impulso “Que Tudo Criava” – o “Pai” – surgindo em mim e ansiava por compartilhar Aquilo com os demais, antes que os problemas da vida diária O encobrissem, e Isso perdesse o poder e a força motriz no interior de minha consciência humana.
257. Meus discípulos se juntaram a mim um pouco depois. Ao chegarmos à cidade, eles orientaram as multidões para que se dirigissem para um terreno inclinado além das casas.
258. Em pé, sobre uma grande rocha no meio deles, comecei a falar. Descobri que a paixão, a alegria, o desejo, a veemência e a convicção vertiam espontaneamente nas palavras que pronunciava.
259. — Vocês estão extremamente cansados e pressionados. Suas tarefas se tornam mais pesadas à medida que envelhecem, o estômago fica vazio com frequência, suas roupas estão puídas, as pessoas irritam vocês e sentem que não há fim para os problemas e aflição de espírito.
260. se pudessem elevar suas mentes para fazer contato com o “Pai” dentro de vocês, poderiam “ver” e saber qual deveria ser o estado de suas existências. Perceberiam que foram criados para desfrutar da abundância, da proteção, da boa saúde e da felicidade.
261. Mas como vocês vivem cotidianamente suas vidas com medo do “bem e do mal”, acreditam e esperam estas coisas mais do que acreditam que o “Pai” é VIDA e AMOR abundante em vocês, que provê todas as coisas necessárias para a saúde e o bem-estar, são justamente as experiências que mais temem aquilo que atraem para suas vidas e seus corpos.
262. São as suas crenças a respeito do “bem e do mal” que obscurecem – TURVAM – tudo o que o “Pai” tem reservado para vocês, se acreditarem no “Pai AMOR”!
263. Vocês julgam o seu hoje e esperam do seu amanhã o mesmo que experimentaram no passado. Em consequência, seus males de ontem são continuamente repetidos no futuro.
264. Vocês estão escravizados por suas memórias e crenças inabaláveis de que o que aconteceu no passado deve voltar a acontecer para oprimi-los e feri-los. Não precisam curar seus corpos ou tentar melhorar suas vidas, precisam curar suas crenças!
265. Já disse a vocês que não existe nada sólido sob o Sol.
Se
pudessem curar suas crenças e alinhá-las com a verdadeira Intenção do “Pai”
para com vocês, as crenças errôneas que governam seus corpos e vidas se
dissolveriam como névoa ao Sol.
266. Cada circunstância de suas vidas se voltaria imediatamente para a Intenção Divina que está por trás de toda a criação. Vocês comprovariam que para cada dificuldade, para qualquer necessidade de qualquer tipo,
267. há sempre um meio para “pôr fim às dificuldades”, há sempre alguma coisa na cesta para atender às suas necessidades. O que acreditam que acontece quando os doentes vêm a mim e ponho minhas mãos sobre eles? Estou pensando em doença? Estou querendo saber se a pessoa será curada?
268. Tenho medo de que o “Pai” esteja dormindo ou tão distante que não possa ouvir-me? Não. Se meus pensamentos fossem incrédulos como estes, não haveria cura.
269. Quando a pessoa se aproxima de mim pedindo que a cure, imediatamente me alegro porque sei que o Poder que é o “Pai” está em mim, preparado e aguardando para curar no momento que eu assim pedir.
270. Eu agradeço porque sei que a “Vontade do Pai” é a saúde e não a doença. Portanto, oro para que a “Vontade do Pai” seja feita no doente.
271. No momento em que removo a crença da doença do corpo do doente e SEI que a “Vontade do Pai” de saúde está fluindo para o seu sistema, o mesmo se dá com a aparência – a aparência de doença se transforma em realidade do “Pai Saúde” e o corpo recupera sua saúde novamente.
272. A doença nada mais é do que uma baixa na vitalidade – uma redução da VIDA – na parte afetada. Restaure o “Pai Vida” na verdadeira Intenção e no Plano do seu sistema e o sistema inteiro funcionará como deveria.
273. Foi dito que Deus manda enfermidades, pragas, penúrias e destruição às nações, quando não obedecem às suas leis. Foi dito que vocês mesmos são castigados por um Deus irado por causa dos pecados que cometeram. O que é o castigo senão a maldade sob o disfarce de bondade? Eu digo a vocês que o mal não vem de Deus.
274. Como pode Deus estar nas duas partes – no bem e no mal? É apenas em suas mentes que vocês concebem o bem e o mal, é apenas em seus corações que pensam e sentem desta forma.
275. Estes pensamentos e sentimentos não têm nada a ver com o verdadeiro Deus que é o “Pai” dentro de vocês, que traz todo o bem se assim acreditarem. É a crença no bem e no mal que há em seus corações, que traz para vocês a doença. Na realidade vocês vivem no Reino dos Céus que está em vocês e são governados pelo “Pai”.
276. Porém, porque acreditam nos castigos de Deus, porque acreditam que somente os sacrifícios no Templo os salvarão, porque acreditam que são herdeiros da doença, da pobreza e da miséria,
277. vocês criam com suas mentes as mesmas coisas que não desejam. Não se sintam abatidos – alegrem-se e sejam felizes e saibam que aqueles que passam necessidades, longe de ser castigados e abandonados por Deus, ainda que tenham pecado, são verdadeiramente abençoados.
278. O homem que não tem nada é rico no Poder do “Pai” se escutá-Lo, confiar Nele e viver Nele. Quando seus estômagos estão satisfeitos, quando seus corpos conhecem o bem-estar e suas mentes e corações estão confortáveis,
279. vocês não têm necessidades urgentes de que o “Pai” torne-se ativo em vocês para satisfazer suas necessidades.
280. Vocês acreditam que seus próprios pensamentos e mãos satisfazem facilmente suas necessidades, de forma que quando falam de “Deus” podem apenas falar sobre o que ouvem por outros – vocês mesmos não têm nenhuma experiência direta de “Deus”.
281. Considerem os ricos. Estão mergulhados, confinados, atolados em suas próprias riquezas. Eles levantam de manhã e se ocupam de seus assuntos diários, sem nada saber a respeito do Poder do “Pai” que está neles.
282. Ocupam-se com os pensamentos que aumentarão suas riquezas e reforçarão seu “eu”. Eles dão ordens que sobrecarregam aqueles que os servem e vivem suas vidas de acordo com suas próprias escolhas.
283. Por isso, eles desenham sua vida limitada a partir de seu limitado pensamento humano, que surge de suas mentes e corações corporais, adoecem e experimentam tanta miséria como o homem que nada possui. Não percebem que estão apenas meio vivos, porque não estão em contato com a FONTE DA VIDA, o “Pai” dentro deles.
284. Tampouco eles “veem” que muitas das coisas boas que surgem em suas vidas não são de sua própria invenção, mas sim do TRABALHO AMOROSO do “Pai” escondido neles.
285. Os líderes religiosos estão à vontade em suas próprias e confortáveis posições de autoridade. Eles não têm necessidade de nada além de suas próprias satisfações físicas.
286. Porque não têm nenhum conhecimento pessoal de Deus, eles precisam ler em seus Livros Sagrados as palavras que os homens santos disseram há milhares de anos e contar às pessoas o que eles pensam que estas palavras significam.
287. Mas tudo o que dizem é tirado de suas próprias mentes pequenas que estão aprisionadas no conforto de suas vidas, afundadas na expectativa do que irão comer e beber e qual vestimenta irão usar para impressionar as pessoas.
288. Nada sabem sobre a inspiração que deu origem às palavras pronunciadas pelos profetas há tantos séculos. Nem mesmo sabem se estas são as palavras que realmente vocês precisam ouvir neste momento, já que os tempos são outros.
289. Acreditem em mim, os homens ricos e os líderes religiosos são fortes nas coisas da Terra e não querem desfazer tudo o que eles consideram seguro e eterno em suas tradições e práticas.
290. Qualquer desvio estremeceria as estruturas de suas crenças e, portanto, de suas vidas. Então eles constroem defesas mentais contra o fluxo do Poder do “Pai”. Eles também adoecem e, à sua própria maneira, conhecem a miséria como aqueles que não têm nenhum conforto terreno.
291. Não existe diferença entre aqueles que pouco têm e aqueles que tudo têm na vida. Tanto os ricos quanto os pobres adoecem da mesma forma, fazem inimigos e se encontram sozinhos.
292. Mas é enorme o potencial para que vocês ganhem mais do que os ricos e religiosos podem esperar ganhar em saúde, felicidade, companheirismo e realização no modo de vida que escolherem.
293. E quando tudo estiver cumprido, vocês saberão que as oportunidades, a habilidade e a inspiração, tudo procede do “Pai” que está dentro de vocês.
294. Saberão que nunca poderiam ter feito tais coisas se não tivessem pedido ao “Pai” que está em vocês para ajudá-los a utilizar todos os seus talentos, para colocar comida em abundância em suas despensas e roupas nos seus corpos e felicidade e uma boa vida para seus filhos.
295. Todas estas coisas o “Pai” fará por vocês, se assim o pedirem – se acreditarem – se souberem – e lembrarem sempre – que é a “Natureza do Pai” criar e então prover abundantemente para toda a Sua criação.
296. Assim como vocês não iriam deliberadamente privar seus filhos das coisas que eles precisam, assim o “Pai” nunca os privará propositadamente de tudo aquilo que necessitam para uma vida feliz.
287. Se vocês são pobres é porque ainda não compreenderam a natureza do “Pai”, nem tampouco entenderam que devem trabalhar com o “Pai” para cobrir suas próprias necessidades. Devem aproveitar imediatamente as oportunidades divinas que lhes são apresentadas para ajudá-los a avançar.
298. Se eu pudesse mostrar e fazê-los ver e acreditar que, quando se lamentam, sua tristeza é conhecida do “Pai”! Se voltassem para o “Pai” e observassem o trabalho que o “Pai Amor” está fazendo para vocês,
299. com o tempo sua tristeza se converteria em alegria e encontrariam consolo além de qualquer coisa que imaginassem possível. Vocês são abençoados se estão famintos e com sede, porque o “Pai” conhece suas necessidades.
300. Em breve estas necessidades seriam saciadas se parassem de se lamuriar e começassem a orar para o “Pai” pedindo – acreditando que iriam receber.
301. Como podem acreditar que para comer e estar bem vestido é preciso primeiro ir ao Templo e oferecer um sacrifício queimando as próprias criaturas vivas do “Pai”, para que elas paguem por seus pecados? Não conseguem ver que os seres vivos que vocês queimam foram criados para desfrutar da vida, tanto quanto vocês?
302. Eles foram criados para ser uma bênção e ser abençoados na Terra, assim como vocês, pois esta é a natureza do “Pai Amor” que se revela em Sua criação.
303. Se lembrarem que “aquilo em que realmente se acredita” é aquilo que se recebe, não percebem que esta crença Judaica de sacrifício de seres vivos no Templo vai trazer apenas miséria?
304. Acreditem em castigo e castigo é o que receberão. Acreditem na morte e destruição como sendo o caminho certo para chegar a Deus e isso é o que experimentarão: matança e destruição.
305. Se estão com fome e com sede, é porque estão se afastando do “Pai” que habita em vocês. Ao se entregarem aos temíveis pensamentos, anseios e sentimentos de desesperança, vocês estão criando as mesmas condições que desejam corrigir. Estão fazendo todas estas coisas ruins contra si mesmos.
306. Por conseguinte, vocês são ainda mais bem-aventurados, quando estão com fome e sede de bondade e do contato com o “Pai” que habita em vocês, porque então certamente serão saciados uma centena de vezes.
307. Bem-aventurados são quando os atacam e roubam, porque quando permanecerem em perfeita confiança verão “Deus em ação” e a libertação acontecendo.
308. Bem-aventurados são quando estão envolvidos em conflito e ainda assim podem ser compassivos com o próximo e ser os pacificadores. Levam no coração o amor que vem do “Pai” e realmente são filhos do “Pai”.
309. Bem-aventurados são quando, mesmo sendo profundamente injustiçados, ainda assim podem perdoar e demonstrar misericórdia, abstendo-se de buscar justiça ou perseguir a quem os tenha insultado.
310. Coloquem-se diretamente em sintonia com o amor que é “Deus-ativo-em-vocês” e da mesma forma serão poupados nos momentos de dificuldade.
311. Os mais abençoados de todos são os puros de coração, porque estes se livraram de toda a raiva, ódio, vingança, maldade, inveja e dureza de coração – e estão diante do mundo como o Amor-feito-visível. Eles vão conhecer a Realidade chamada “Deus” e saberão que a Realidade é o “Pai” dentro deles.
312. Como posso ajudá-los a ver esta grande verdade? Como posso ajudá-los a ver a realidade do Reino dos Céus, o Reino de Deus?
313. Vocês não têm que ficar olhando para o céu, porque não é lá onde verão a atividade do “Pai” de forma tão clara que, sem dúvida alguma, reforçará a sua fé.
314. É aqui, onde através dos séculos as pessoas têm cometido o grande erro de olhar para os seus sonhos e imaginação, criando por si mesmos um Jeová que não existe.
315. Não encontrarão o “Pai” acima de vocês, em algum lugar do céu. O “Pai” não está em nenhum lugar especial, mas em todo lugar ao redor e em tudo.
316. Vocês podem ver a maravilhosa atividade do “Pai”. Olhem em volta para as coisas que crescem, o trigo, a grama, as flores, as árvores e os pássaros. Em cada coisa viva, verão o misterioso e maravilhoso trabalho do “Pai” em incessante atividade.
317. É aqui que o “Pai” está no perfeito controle. Podem ver que há lei e ordem perfeitas, crescimento, desenvolvimento e finalmente a colheita para abençoar o homem, os animais e os pássaros.
318. Considere a maneira com que um homem, depois de terminar de lavrar os seus campos, espalha as sementes sobre a terra e as cobre novamente.
319. Ele arruma suas ferramentas e vai para casa satisfeito pois, afinal, se chover suficientemente, haverá comida para alimentar os seus filhos. Por muitos dias ele dorme e acorda e não faz nada mais pela sua plantação; mas quando volta a visitá-la verá verdes folhas saindo da terra.
320. Mais tarde voltará e verá o crescimento de caules e folhas e mais tarde ainda ele verá a formação da semente e, um dia, finalmente, que o grão já está cheio e dourado, pronto para a colheita. Enquanto isso, todo esse crescimento ocorreu sem a ajuda dele.
321. O trigo cresceu de uma forma maravilhosa que ele não pode explicar. É mágica? Não, é o trabalho do “Pai”, o Poder, a Inteligência Amorosa por todo o universo, que inspira o trabalho e respira por meio dele. É a atividade do “Pai” que é a VIDA INTELIGENTE do UNIVERSO.
322. Quando entram no Reino de Deus, vocês se sentem bem. Sentem-se felizes e alegres. Imaginem como se sentiria uma mulher que perdesse uma grande quantidade de dinheiro e se perguntasse como daria de comer a suas crianças.
323. A mulher está chorando e varrendo a casa e é tão minuciosa que não fica uma partícula de poeira – então, escondida em um canto escuro, ela encontra uma valorizada peça de prata e imediatamente suas lágrimas secam.
324. Ela começa a sorrir e se sente tão viva e alegre que sai correndo de casa para convidar os vizinhos a celebrar com uma festa. Ela pensava que havia perdido tudo e agora estava rica novamente.
325. Assim é quando encontram o Reino dos Céus – o Reino de Deus. Ao invés de lágrimas e temores, fome e doença, encontram a paz, a alegria, a abundância e a saúde do Reino de Deus.
326. Nunca voltarão a experimentar qualquer tipo de necessidade novamente.
327. O Reino de Deus também pode ser comparado a um homem muito rico que era comerciante de pérolas. Toda sua vida ele havia querido encontrar uma pérola especial que ofuscasse todas as demais, seria perfeita e impecável e ele seria a inveja de todos os demais comerciantes.
328. Um dia ele encontrou a tal pérola, linda além da imaginação, mais perfeita que todas as demais. Vendeu tudo o que possuía, abandonou tudo o que havia acumulado para comprar aquela pérola e estava feliz para além de todos os sonhos.
329. O que significa isto? Significa que todas as coisas que anteriormente valorizava em sua vida – sua casa ricamente decorada, seus bens,
330. seu modo de vida, a abundância de comida e de bebida, ele alegremente deu tudo para possuir o tesouro sem preço – o conhecimento que o levará até o Reino de Deus onde a felicidade é um estado da mente que o mundo exterior, com todos os seus aborrecimentos e preocupações, não pode perturbar.
331. O “Reino de Deus” está em vocês. Entram no “Reino de Deus” quando percebem plenamente que o “Pai” está o tempo todo ativo em vocês.
332. É um estado da mente, de percepção e entendimento de que a Realidade, por trás e dentro de todas as coisas visíveis, é o “Pai”, formoso e perfeito e que todas as coisas que são contrárias à beleza, à harmonia, à saúde e à abundância, são criações do pensamento equivocado do homem.
333. Eu sofria ao vê-los sofrer, mas não
precisam sofrer mais se escutarem o que tenho para dizer. Mas devo
avisá-los de que o Caminho que leva ao Reino dos Céus é difícil de seguir e
isso quer dizer que – primeiro – terão de lidar com o seu “eu”.
334. Por que é que terão que se ocupar do “eu”? Porque é do desejo de proteger e de promover o seu bem-estar pessoal que procedem todos os pensamentos, palavras e atos egoístas.
335. **Provavelmente vocês perguntarão: Por que eu deveria preocupar-me com isso? Se o que diz é verdade, que não há castigo, que “Deus” não vê as faltas – então por que deveríamos estar preocupados com a maneira como nos comportamos?
336. — Há tanta coisa para ser aprendida aqui que eu mal sei por onde começar. Como já expliquei, vocês extraem sua VIDA do “Pai”. Portanto, extraem sua capacidade de pensar e de amar do “Pai”.
337. Como o “Pai Inteligência” é criativo, assim também a consciência de vocês é criativa. Com a sua mente e coração vocês realmente modelam os planos de suas próprias vidas e experiências.
338. E qual tipo de vida vocês planejam e modelam em suas mentes? Se alguém irrita ou machuca vocês, retaliam de alguma forma; acreditam que se alguém se apropria de seu olho, devem retirar o olho do adversário em troca.
339. Acreditam que quem mata deve ser morto como castigo ou compensação. Acreditam que quem os rouba deve pagar por isso, que aquele que rouba sua mulher deveria ser apedrejado junto com sua esposa.
340. Acreditam que é necessário exigir o pagamento pelo mal que passa por sua vida. Como é da natureza humana ferir os outros e vocês têm sido ensinados a retaliar, suas vidas são um contínuo cenário de guerra.
341. Guerra no lar entre maridos e esposas, filhos, vizinhos, entre pessoas públicas e também entre as nações. O “Pai” ignora esta guerra em suas vidas, mas conhece a tensão que surge dela em suas mentes e corpos.
342. Mas nada pode fazer – para aliviar esta dor – até que vocês mesmos coloquem um fim a ela. Vocês mesmos devem cessar a luta e viver em paz com suas famílias, seus vizinhos, entre empresários, entre pessoas públicas e entre países.
343. Só então, o TRABALHO AMOROSO do “Pai” poderá tomar seu lugar em sua mente, coração, corpo e vida. Só então poderão reconhecer e ver o Trabalho Amoroso que está sendo realizado em vocês – e para vocês – pelo “Pai”.
344. Lembrem-se também da grande LEI: VOCÊS COLHEM EXATAMENTE AQUILO QUE PLANTAM. Não se pode colher figos de amoreiras, nem uvas da árvore de espinhos, ou colher trigo do joio.
345. Pensem nisso e compreendam esta parábola porque isso é muito importante para vocês – não somente nos dias de hoje – mas também em todos os seus dias e anos que virão, mesmo na eternidade.
346. Assim,
se querem mudar suas vidas – mudem seus pensamentos,
mudem suas palavras decorrentes desses
pensamentos, mudem suas ações decorrentes desses pensamentos.
347. Aquilo que está em suas mentes criará todas as suas experiências, suas doenças, pobreza, infelicidade e desespero.
348. Um homem gritou para mim: Diga-nos, Mestre, como podemos permanecer em paz com nossos vizinhos quando eles mesmos não vivem em paz conosco?
Sorri para ele e disse:
349. — Quando seu vizinho chega até você e diz que ele tem que viajar a alguma distância e não quer ir sozinho e pede para você ir com ele – o que você faz?
O homem riu:
350. — Se meu vizinho quisesse me levar para longe do que eu estivesse fazendo eu não ficaria satisfeito. Eu diria a ele para encontrar outra pessoa para ir com ele porque eu estava ocupado.
351. — E como se sentiria o seu vizinho? – perguntei.
O homem encolheu os ombros:
e- — Eu não sei.
352. — E na próxima vez que precisasse dele para fazer um favor a você, como ele responderia ao seu pedido?
O homem já não ria mais. Ele não respondeu.
353. Outro homem disse: — Ele irá xingar e dirá para você ir a outro lugar pedir ajuda. Eu disse às pessoas: — Ele respondeu acertadamente. E como ele se sentirá? E apontei para o homem que primeiro havia falado, sorrindo para ele.
Uma mulher gritou acima dos risos:
354. — Ele dirá, a todos aqueles que encontrar, como é miserável e egoísta o vizinho que ele tem. Talvez ele vá querer machucá-lo de alguma forma.
355. Houve gritos de concordância e eu assenti: — Sim, ele vai ter esquecido que uma vez foi pedir ao seu vizinho para caminhar com ele por uma ou duas milhas e este se recusou.
356. Não verá a LEI da SEMEADURA e da COLHEITA trabalhar em sua vida. Ele a pôs em movimento quando se recusou a acompanhar seu vizinho e agora ele está colhendo o resultado de suas atitudes e ações. De que adianta ficar com raiva quando foi ele mesmo quem criou esta situação?
357. As pessoas riam e assentiam com a cabeça e falavam uns com os outros. Nunca antes eles haviam escutado tal conhecimento do comportamento humano. Havia aqui um ensinamento completamente novo.
358. Disse a eles: — Aconselho que quando seu vizinho vier pedir a vocês para caminhar um pedaço de caminho com ele ou qualquer outra coisa que o deixe mais à vontade e feliz, que primeiro pensem sobre o que gostariam que ele fizesse por vocês se também tivessem uma necessidade.
359. Como gostariam que ele respondesse ao seu pedido?
Um murmúrio varreu a multidão e pude ver que eles entenderam o que eu
estava dizendo.
360. — De fato, se seu vizinho pedir para que o acompanhe por uma milha, façam isto com agrado e estejam dispostos a caminhar por duas milhas, se necessário.
361. Quando recusam algo às pessoas, não percebem, mas enrijecem sua mente e corpo, para se protegerem da obrigação de fazerem qualquer coisa que não querem fazer.
362. Colocam em tensão sua mente e corpo e o “Pai” também é tensionado e não pode fazer Seu TRABALHO AMOROSO dentro de vocês e é deste enrijecimento que surge a doença.
363. Pode ser que encontrem alguém em extrema necessidade, que tenha frio ou esteja infeliz e que peça a vocês o manto. Não passem por ele olhando de longe. Algumas pessoas riram. Sabiam que era isto o que fariam.
364. — Não. Entreguem a ele o seu manto e se ele realmente estiver com frio, também a sua túnica. E sigam o seu caminho e se alegrem. — Alegrarmo-nos? – perguntou uma voz descrente.
Eu ri e disse: — Sim, meu amigo – alegre-se!
365. Primeiramente porque possuía uma túnica e um manto para dar e, logo, alegre-se por perceber que agora tem falta de uma túnica e manto, e o “Pai” dentro de vocês fará retornar em breve suas roupas de alguma forma surpreendente.
366. No entanto, se entregar a túnica e o manto e continuar a caminhar, resmungando para si mesmo: “E agora, por que fiz isso? Fui um tolo.
367. Agora, sentirei frio no lugar dele e as pessoas rirão de mim porque dei a ele minha túnica e manto e fiquei eu mesmo sem nada – e o que dirá a minha mulher quando eu chegar em casa”?
368. As pessoas concordavam e riam, apreciando a imagem do homem que dá a sua túnica e manto e em seguida lembra que coisa insensata fez a si próprio.
369. Eu sabia que, muitas vezes, se privavam para ajudar os outros – e lamentavam sua generosidade logo depois. Esperei por um momento e então falei em voz alta para conseguir plena atenção de todos: — Mas eu não disse que COLHEM o que PLANTAM?
370. Não disse claramente que seus pensamentos, palavras e ações criam sua vida futura? Então o que querem SEMEAR para COLHER depois de terem dado a túnica e o manto ao estranho?
371. Querem que seus presentes voltem novamente para vocês – ou querem ficar sem a túnica e o manto durante muito, muito tempo?
372. Porque é isso o que acontecerá se continuarem seus caminhos irritados e chateados porque doaram suas roupas.
373. Suas palavras e ações selarão, endurecerão como uma rocha, a pobreza que trouxeram para vocês por terem doado a túnica e o manto.
374. As pessoas já não riam nem sorriam mais, estavam muito caladas e escutando atentamente.
375. — Lembrem-se, primeiro façam aos outros o que gostariam que fizessem para vocês e então haverá paz e contentamento em sua mente e coração e o “Pai” poderá fazer o Seu AMOROSO TRABALHO em seu corpo, mente e coração.
376. Doem e doem abundantemente e alegrem-se porque vocês têm presentes para doar aos necessitados e porque, enquanto estão doando, seus dons vão sendo restaurados da forma que mais necessitam.
377. Doem com o coração contente, doem com confiança e com o conhecimento de que onde houver carência em suas vidas, assim fará o “Pai” o seu TRABALHO AMOROSO com abundância em vocês – e para vocês.
378. Nada façam com o coração pesado, porque um coração pesado é o que continuarão tendo. Doem tudo com o espírito alegre, a fim de que tudo em suas vidas traga para vocês somente alegria e iluminação espiritual.
379. Um homem comentou: — Isso vai contra a natureza do homem. É natural preocupar-se com o futuro. A roupa é cara, a comida é difícil de encontrar. A vida é uma luta constante.
380. Respondi em voz alta porque ele estava apenas dizendo o que eu sabia que a maioria dos meus ouvintes estava pensando.
381. Mas você não sabe com certeza se amanhã estará lutando para viver. Não sabe se amanhã terá um trabalho esplêndido ou qualquer outra coisa maravilhosa que possa vir para você.
382. Não sabe isso – mas o que está tornando certo para você mesmo é que não haverá um trabalho maravilhoso ou qualquer outra excelente oportunidade em sua vida – porque você está criando as circunstâncias do seu amanhã.
383. - Ele irritou-se: — Eu estou? Como estou fazendo isso?
— Não acabei de explicar?
384. Virei-me para o povo rindo: — Digam-me, como foi que este homem de túnica vermelha, aqui na frente, criou seus amanhãs?
Houve silêncio na multidão, então um jovem rapaz, Marcos, gritou para
mim: — Eu sei.
385. Ele disse que deveria lutar para comprar comida e roupa. Você tem nos dito que aquilo que pensamos e falamos, nós receberemos. — Exatamente – eu disse. Você é um menino muito inteligente. Você compreendeu.
386. Cuidem para não criar para vocês mesmos as coisas que não desejam. E eu ficarei contente que você seja meu discípulo quando for mais velho, se seus pais assim o permitirem.
387. Algumas pessoas riram – mas outras não. Eu via que elas não acreditavam em nenhuma palavra do que eu dizia.
— Nunca entrarão no
Reino dos Céus estando angustiados.
388. Se hoje seu dia foi difícil, por que se lamentar por isso? Vocês se sentirão melhor se reclamarem a respeito? Suas lágrimas farão seu dia mais feliz?
389. E se vocês se angustiam pelo seu amanhã, estão carregando-o de penúrias e fadigas antes mesmo que ele chegue... Por que fazê-lo então? Que bem isto fará para você?
390. Quando é que a ansiedade realizou alguma coisa para você? Como se você pudesse se tornar um homem mais alto ficando angustiado por ser muito baixo!
391. Não, não se fixem naquilo que não possuem. Permaneçam nas coisas que podem ser suas se se voltarem para o “Pai” que está em vocês, se pedirem com perfeita fé, acreditando que receberão – e eu digo sem medo de contradição, que receberão. Mas devem pedir adequadamente – acreditando.
392. Nada receberão se ao pedir questionarem se o pedido teria sido ouvido ou se o “Pai” estaria com vontade de dar aquilo que desejam. Esta é a forma humana de dar, mas não é a forma do “Pai” que dá abundantemente e responde às suas necessidades.
393. O “Pai” sempre derrama Suas bênçãos sobre vocês, a dádiva do alimento abundante, do vestuário, da habitação, dos amigos, sempre que estejam com a mente e o coração limpos e contanto que confiem continuamente no “Pai” como seu apoio de todos os momentos.
394. Se oram e não recebem, não pensem, nem por um instante sequer, que não existe “Pai”, ou que o “Pai” não os escuta. Ao invés disso devem perguntar-se o que existe em vocês que está impedindo que a OBRA AMOROSA do “Pai” seja feita em vocês e para vocês.
395. Se vão ao altar para orar ou fazer uma oferta e no caminho se lembram de ter brigado com alguém, retornem e vão até esta pessoa e façam as pazes com ela.
396. Então, quando abordarem o “Pai” em oração, estarão com a mente pura e limpa e serão ouvidos pelo “Pai” e o “Pai” poderá responder dando aquilo que precisam, na paz e quietude do seu ser.
397. Se ainda não acreditam que o “Pai” cuida de sua criação, olhem ao seu redor para as radiantes flores nos campos. Como são lindas! Considerem o pensamento brilhante de quem desenhou sua forma, sua beleza!
398. Onde vocês encontrariam as cores que veem em suas pétalas? Com toda sua sabedoria, o próprio Salomão não foi capaz de ter roupas tão bonitas feitas para ele.
399. Vejam o modo como as flores atraem as abelhas e as abelhas ajudam a carregar as sementes da próxima estação, para tornar o seu mundo maravilhoso e produzir alimento.
400. Por que não podem acreditar e confiar no “Pai” quando o mundo ao seu redor foi planejado, desenhado e cuidado de uma forma tão maravilhosa?
401. Mas lembrem-se – estas plantas e árvores, ao contrário da humanidade, não
podem queixar-se de sua sorte, nem se sentirem famintas ou despidas e assim não
“anulam” o trabalho que o “Pai” realiza nelas.
402. São vocês, com suas contínuas queixas e palavras a respeito do que falta a vocês, sua agressão contra os demais, a sua insistência em querer retaliar, suas críticas e calúnias, que produzem em consequência a sua carência – e suas enfermidades – de forma consistente, dia após dia.
403. Eu disse estas coisas para preparar aqueles de vocês que estão doentes, para curá-los. Não podem ficar curados a não ser que acreditem, com todo o coração, que a cura acontecerá.
404. Lembrem-se de que a doença corporal surge da doença da mente, tal como o mau humor, o rancor, a raiva e o ódio. O “Pai Amor” é a fonte de toda a saúde.
405. Consequentemente, todos os pensamentos e sentimentos contrários ao “Pai Amor” produzem doenças. Assim como todos os seus males e doenças começam na mente – assim também o seu bem.
406. Cuidem do vizinho como de vocês mesmos. Abençoem seu vizinho quando surgir alguma disputa, orem por ele quando for duro com vocês, ajudem-no de qualquer maneira que puderem e a qualquer momento, mesmo que ele vire o rosto para vocês,
407. porque então estarão construindo o bem em suas mentes e pensamentos e boa será a colheita de suas semeaduras.
408. E, ainda mais, vocês estarão harmonizando suas mentes e colocando-as em sintonia com o “Pai” que está em vocês, que é o “Amor Perfeito”. Nestas condições o “Pai” pode fazer o seu perfeito TRABALHO AMOROSO em vocês.
409. Quando terminei de falar, as pessoas traziam os seus enfermos para mim e de acordo com a sua fé eles foram curados.
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